Quando lançado em Fate Reforged, Ugin, the Spirit Dragon logo se tornou uma staple de múltiplos formatos. O Planeswalker com custo mais alto da história recente compensava seu valor de com a possibilidade de limpar a mesa no turno em que entrava em jogo e gerar um clock e remoção constante a cada turno em que permanecia na mesa.
Nasceram assim vários decks de Ramp no Standard e, óbvio, as variantes de Tron aproveitaram o Dragão-Espírito como nenhum outro arquétipo no Modern - afinal, ele era o “follow-up” perfeito entre Karn Liberated no terceiro turno. Os tempos passaram, eventualmente surgiram os Eldrazi de Oath of the Gatewatch, Karn, the Great Creator em War of the Spark e, agora, as listas incolores até abdicam dos terrenos de Urza.
Ad
Mas Tarkir: Dragonstorm pode trazer o Tron de volta ao Metagame: Ugin, Eye of the Storms está no custo certo para ser conjurado no terceiro turno, interage diretamente com a mesa de forma parecida com como Karn Liberated fazia quando entrava em jogo, e garante o ramp no turno seguinte para outras bombas.
Em outros formatos, o novo Planeswalker também pode impactar consideravelmente o Metagame conforme opções incolores eficientes vão se ampliando no Standard e no Pioneer, tornando Ugin um dos cards com maior potencial da nova expansão de Magic revelados até agora.
Ugin, Eye of the Storms - Análise

Ugin, Eye of the Storms tem um custo relativamente alto para um Planeswalker e busca “compensar” seu valor de mana de duas maneiras: primeiro, ele interage com a mesa no momento em que é conjurado, garantindo que uma permanente problemática deixe o jogo e ajudando-o a se proteger no turno seguinte. Em seguida, Ugin pode gerar três manas incolores que podem ser utilizadas para sequenciar outra mágica, e se não o fizer, ele vai garantir um draw e três cards. Em essência, é possível ler ele da seguinte maneira:
“Exile a permanente alvo com uma ou mais cores que um oponente controla, compre um card e ganhe três de vida”
Esses efeitos são um pedaço de um Cruel Ultimatum pelo mesmo custo, então a troca não é necessariamente válida se o oponente conseguir interagir com ele rápido. Por outro lado, se Ugin ficar em jogo, ele no mínimo estará gerando vantagem em cartas a cada turno com um draw e três de vida. Coloque cards como Sheoldred, the Apocalypse na equação e o jogo é garantido enquanto ambos permanecerem na mesa.
O problema da nova versão dele são as três outras habilidades: Ugin interage muito com mágicas incolores, e isso pode motivar decks que girem em torno desse subtema para extrair o máximo dele - afinal, cada card incolor conjurado virá acompanhado de um Vanishing Verse. Além disso, seu ultimate pode virtualmente ganhar jogos se jogadores chegarem nele com as mágicas incolores certas.
No Modern, com a abundância de Eldrazi e habilitadores, é fácil imaginar um deck utilizando-o para valor, mas o mesmo não pode ser dito hoje do Pioneer - apesar deste também ter Eldrazis - e do Standard, onde em ambos os casos o maior desafio é chegar a conjurar o Ugin antes de sequer pensar em extrair o máximo das demais mágicas incolores.
Ugin, Eye of the Storms no Standard

Dentre os arquétipos já estabelecidos no Standard, o provável de conseguir jogar com o novo Ugin são as variantes de Domain Ramp. No entanto, esse arquétipo hoje é muito voltado para a interação entre Zur, Eternal Schemer e o ciclo de Overlords, e já contra Overlord of the Mistmoors no valor de mana sete e pode recorrer a Atraxa, Grand Unifier pelo mesmo custo se precisar de mais cards na mão, colocando o Planeswalker em uma posição desfavorável, mas não impossível de surgir como um one-of.
Ad
Por outro lado, Zur e Atraxa deixarão o formato com rotação em Edge of Eternities e o Domain Overlords como o conhecemos hoje deixará de existir, então Ugin, Eye of the Storms ganha mais espaço no pós-rotação para ser um dos payoffs das listas de Ramp com cinco cores.

Listas de Azorius Control podem se interessar em Ugin, apesar de não terem nenhuma interação com as demais habilidades dele. O mero fato dele exilar algo quando entra e gerar vantagem em cartas e ganho de vida tende a ser o suficiente para uma lista de Control, e se necessário, mágicas como Mazemind Tome poderiam entrar para ganhar um pouco mais de interações.
Vale lembrar que Azorius e outros decks Control com branco também ganharam a nova Elspeth, Storm Slayer, cujo potencial de criar bolas-de-neve contra o oponente com Overlord of the Mistmoors é gigantesco, e pode atrapalhar a entrada do Ugin como mágica de sete manas.
O Planeswalker também cobre custos incolores com maestria, mas no momento em que ele está na mesa, é pouco provável que seu controlador ainda precise se preocupar em ter mana extra para conjurar mágicas e ativar habilidades.

Para extrair o máximo das demais habilidades dele, existem cards como Thran Spider, Solemn Simulacrum e Mazemind Tome que poderiam ser utilizados para desencadear um Vanishing Verse. O problema é que muitos desses cards são sub otimizados no Metagame, e usá-los para ter um payoff para um card onde é necessário chegar em sete manas para extrair o máximo dele não é uma boa maneira de vencer jogos.
Apesar dessas restrições, Ugin, Eye of the Storms consegue se encaixar como um one-of ou peça de Sideboard em qualquer arquétipo cujo objetivo seja ir para um late-game de atrito, e se ele ficar na mesa, a vida de qualquer oponente fica bem mais difícil, especialmente se esses precisarem estabelecer um clock para vencer.
Ugin, Eye of the Storms no Pioneer
No Pioneer, as coisas ficam mais divertidas para Ugin.

O dragão também ganha novos melhores amigos nas mágicas com Devoid.

Adicione à soma alguns cards que podem ajudar a encontrar Eldrazis ou acelerar a mana para mágicas incolores.

Há definitivamente algo a ser efeito com Ugin, Eye of the Storms no Pioneer e a base de mana com as Pain Lands comporta as necessidades de mana incolor para um “Eldrazi Midrange” ou “Eldrazi Ramp” no formato.
Ad
O maior desafio para o Planeswalker é haver justificativas para jogar com ele ao invés de apenas ir para a rota do Mono Green Devotion, que é o melhor Ramp do formato hoje e com o qual ele não interage bem com a atual configuração do arquétipo após o banimento de Karn, the Great Creator.
Um deck puramente incolor soa como uma missão impossível Pioneer sem o suporte de staples do Modern como Eldrazi Temple ou Malevolent Rumble. Ao mesmo tempo, seria necessário usar mana dorks como Llanowar Elves e Elvish Mystic que poderiam acelerar certos cards enquanto Smuggler’s Copter faria com que eles não fossem inúteis conforme o jogo se estende, mas as dúvidas dos motivos para ir até sete manas e conjurar Ugin, Eye of the Storms ao invés de focar em chegar até cinco manas com Reality Smasher ou quatro manas com Thought-Knot Seer e dedicar mais slots para interações convencionais ainda permanecem.

Há alguns anos, existia uma lista mais tradicional de Ramp no Pioneer focada em acumular terrenos na mesa para conjurar Dragonlord Atarka seguido de Ugin, the Spirit Dragon. Esses arquétipos ficaram no passado conforme as listas de Transmogrify se tornaram o principal meio de colocar bombas em jogo por um custo baixo, e infelizmente, não parece que o novo Ugin tem o suficiente para fazer esse arquétipo renascer, mas ele garante uma fonte constante de vantagem em cartas e pode ser complementado por outro payoff excelente de Tarkir: Dragonstorm - Ureni, the Song Unending.

Ugin, Eye of the Storms no Modern
O Modern é onde o potencial do novo Ugin pode ser aproveitado ao máximo, e não necessariamente precisa ser por meio dos terrenos de Urza, apesar de ele ser superior a Karn Liberated no Tron.

Considere ambos no terceiro turno: Karn Liberated, se não for respondido, entrará em jogo e exilará uma permanente do oponente. No turno seguinte, ele exilará um card da mão caso não seja destruído.
Pelo mesmo custo, Ugin, Eye of the Storms exilará uma permanente no cast. Caso não seja anulado, ele vai garantir mana extra para jogar outra mágica incolor e exilar outra permanente, ou aumentará sua lealdade enquanto segura o clock do oponente e oferece um draw extra. No turno seguinte, mesmo que seu controlador perca um land drop, Ugin garante o cast de Ulamog, the Ceaseless Hunger ou até Emrakul, the Promised End caso tenha cartas o suficiente no cemitério e/ou se o terreno do turno for uma segunda cópia de Urza’s Tower.
Neste ponto, o jogo já deve ser garantido, e se não for, o oponente precisa interagir ativamente com Ugin porque, se ele usar seu finisher, haverá uma dúzia de mágicas incolores e Eldrazis esperando para serem jogados de graça.
Dado todos esses benefícios, é provável que ele substitua Karn Liberated e Ugin, the Spirit Dragon nos slots do Tron e trabalhe ao lado de Karn, the Great Creator e o pacote de Eldrazi. Além disso, ele se torna outro card que pode ser exilado para Ugin's Labyrinth para o terreno gerar duas manas.
Ad

Nas listas mais tradicionais de Eldrazi, que tem feito mais resultados nos últimos meses, Ugin, Eye of the Storms pode encontrar espaços por também interagir com Karn, the Great Creator e as criaturas da lista, mas sofre com o desafio de valer os slots quando não possui custo reduzido por Eldrazi Temple e nem filtra o topo no início do jogo como Devourer of Destiny.
Seu slot provável seria compartilhando espaço com World Breaker, mas a possibilidade de interagir com terrenos utilizando o Eldrazi é uma das melhores respostas contra partidas específicas, além do Breaker colocar uma pressão considerável na mesa, enquanto Ugin é um card de valor que propõe estender partidas - um risco considerável ao ter muitos decks de Combo no Metagame.
Concluindo
Ugin, Eye of the Storms carrega um potencial tão grande quanto alguns Eldrazi e cards como Karn Liberated ou Ugin, the Spirit Dragon tiveram no passado. Seu custo alto é proibitivo para o Standard e extrair o máximo de valor dele requer algumas concessões de deckbuilding, mas o fato dele exilar uma permanente não-terreno quando conjurado e ser uma fonte constante de vantagem em cartas o tornam um bom payoff para listas de Ramp, especialmente no pós-rotação.
No Modern, ele será provavelmente a nova staple do Tron e substituirá versões anteriores dele e Karn Liberated nas listas que os utilizam. Hoje, muitas listas de Tron e de Eldrazi Ramp tendem a jogar com diversas mágicas incolores, mas focarem em um plano mais proativo que pressiona o oponente ao invés de estender a partida, e Ugin toma a direção contrária: ele controla a mesa e gera valor com cada cast, o que pode virtualmente ganhar jogos, mas cria situações onde um combo pode finalizar a partida apesar da sua presença na mesa.
Obrigado pela leitura!
— 评论0
Seja o primeiro a comentar