Você conhece Blood Moon, certo?

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Lançada originalmente na expansão The Dark, Blood Moon foi o primeiro limitador de base de mana gananciosa da história do Magic — pode-se argumentar que a primeira seria Strip Mine, mas o terreno lançado em Antiquities está mais próximo de um recurso de negação de mana —, e por conta dela, diversos formatos precisam reconsiderar a maneira que constroem suas listas.
No Legacy, o encantamento é acompanhado de Wasteland e evita que o formato seja composto de Pilhas de Goodstuff. Um exemplo de quando foi possível burlar essa restrição foi durante o período em que Arcum’s Astrolabe foi válido no formato e habilitou diferentes variantes do deck conhecido como SnowKo — Astrolabe acabou banida por facilitar demais o acesso às cores e passar por cima das restrições que o Legacy impõe.
Blood Moon também fez parte do Modern desde seu nascimento e foi sempre uma staple de Sideboard visando o mesmo resultado: quanto mais ganancioso fosse a mana da sua lista, mais o encantamento poderia selar o jogo para você ao ponto de que algumas listas usavam Desperate Ritual e Simian Spirit Guide para jogá-lo no primeiro turno e tentar provocar vitórias de “anti-jogo” devido à dependência do formato com as Fetch Lands.
Hoje, ele permanece no mesmo espaço em que sempre esteve e ajuda em manter estratégias como Eldrazi Ramp, Tron, Four-Color Goodstuff e até Domain Zoo em cheque, enquanto beneficia listas de duas cores como Boros Energy e, no passado, Rakdos Evoke e Izzet Murktide — por coincidência, uma variante azul de Magus of the Moon foi lançada em Modern Horizons 3 e se tornou uma staple do Dimir Murktide pelo mesmo motivo.
O Pioneer não tem Blood Moon. Por isso, a base de mana do formato, que carece de Fetch Lands visto que essas são banidas desde o primeiro dia, é composta basicamente da quantidade mais eficiente possível de terrenos duais e Triomas que você puder utilizar, tendo a garantia de que você não será punido por isso — na verdade, não seria até poucas semanas.

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Discursos acalorados sobre o nível de poder dos Red Aggro no Standard e no Pioneer cresceram nas últimas semanas. O motivo é duplo: a ausência de banimentos no Standard, onde há demanda para que Monstrous Rage e Up the Beanstalk deixem o formato, e os resultados do último Arena Championship, onde a maioria do Top 8 foi composto pela nova versão de Mono Red Aggro, o qual batizo como Mono Red Lynx porque ele é o diferencial quando comparado com variantes anteriores.
A base das listas segue o mesmo molde que Kristoffer Lindqvist usou para vencer o Arena Championship 8, com diferenças incluindo o Sideboard e os slots flexíveis entre Bonecrusher Giant e Greasewrench Goblin.
Em essência, essa versão é um Mono Red Mice — com os mesmos cards do Standard — utilizando uma bomba de late-game mais eficiente com Sunspine Lynx, com o principal motivo sendo que ele garante aquilo de que os Red Aggro mais carecem: alcance e resiliência.
O Mono Red Mice é muito rápido. Uma sequência de Heartfire Hero seguido por Manifold Mouse e Monstrous Rage no turno seguinte já garantem 17 de dano no terceiro turno se não houver resposta, e mesmo que esse plano inicial seja interrompido de alguma maneira, Emberheart Challenger e Screaming Nemesis mantém a pressão contínua nos turnos posteriores.
O problema, entretanto, é do quinto turno em diante. Se você pressionou o oponente e foi agressivo em cada jogada, seu fôlego está terminando a partir desse momento, e Sunspine Lynx é a ferramenta para fechar esse jogo porque o Pioneer, naturalmente, não é acostumado a cuidar da sua base de mana para evitar ser punido. Afinal, esses efeitos não existiam no formato.

Apesar das diferenças de nível de poder, uma maneira interessante de enxergar o Mono Red Lynx é que ele segue uma estrutura muito parecida com a do Ramunap Red, deck que consagrou Paulo Vitor Damo da Rosa como campeão do Pro Tour Ixalan em 2017 — uma amalgama entre um início de jogo rápido e explosivo com um alcance de late-game acima da média para os Red Aggro da história do jogo.
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Nesse caso, Sunspine Lynx é o equivalente a Hazoret the Fervent para os padrões do Pioneer — um card que preferivelmente terá impacto imediato no momento em que entra, amplia muito o potencial de dano que o arquétipo pode causar em jogos mais longos, e que a troca é altamente resiliente contra a maioria das remoções do formato hoje: Fatal Push requer um sacrifício para funcionar, desvia de Anoint with Affliction, Fiery Temper, Torch the Tower, Nowhere to Run e seu oponente não quer dar bounce nele.
Além disso, mesmo que o oponente lide imediatamente com o Lynx, ele já fez o trabalho dele e garantiu entre quatro e cinco de dano no momento em que entrou em jogo. Uma segunda cópia dele pode facilmente finalizar a partida desse ponto em diante.
Desde o Arena Championship, o Mono Red Lynx cresceu no Metagame do Pioneer ao ponto de compor o Top 4 inteiro do Challenge de 4 de abril e ser o deck mais jogado com mais de 30% de representação — vale ressaltar que os números de um evento não representam especificamente a saúde geral do formato, mas abrem os precedentes para uma popularização mais ampla de um arquétipo e a demanda do Metagame se adaptar.
Se você quer jogar Pioneer hoje e vencer, é provável que precise incluir o Mono Red como parte das partidas que você vai se preparar contra, e diferente das variantes de Prowess ou Go-Wide, essa versão requer um preparo duplo: ter remoções baratas o suficiente para lidar com a agressão de início de jogo enquanto evita tomar um lock de ganho de vida de Screaming Nemesis que transforma Sunspine Lynx no botão de inevitabilidade.

Como combater o Mono Red Lynx
Para combater o novo Mono Red, é necessária uma mescla dos seguintes elementos, ou de pelo menos dois deles.
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Se você joga de azul, não faltam opções para lidar com o problema de meio e fim de jogo: de counterspells como Change the Equation até meios de travar o trigger de Sunspine Lynx como Tishana’s Tidebinder, não faltam métodos para travar os problemas de late-game do Mono Red.

Por outro lado, o início de jogo requer uma cor secundária que funcione de acordo: branco para Temporary Lockdown e Beza, the Bounding Spring, vermelho para Torch the Tower, preto para Fatal Push, entre outros.
O problema está nas outras cores: nem todos possuem ferramentas eficientes para segurar o início de jogo — é onde o Mono Red se apresa da maioria das partidas — ou nem possuem os meios de evitar que a combinação de Screaming Nemesis e Sunspine Lynx finalize o jogo conforme ele se estende.
Nesse caso, ser mais rápido é uma opção.
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Não importa se o oponente está planejando um Sunspine Lynx para cinco de dano se você fizer 13 de dano com mais oito garantidos no turno seguinte com Parhelion II, ou invalidar constantemente o dano dele com Valor’s Flagship a cada turno — os recursos do seu oponente são finitos, os seus permanecem enquanto Greasefang, Okiba Boss ficar em jogo.
Existem outros arquétipos capazes de obter o mesmo resultado, mas nem todos possuem o mesmo potencial interativo do Mardu Greasefang: Transmogrify para Valgavoth, Terror Eater ou Atraxa, Grand Unifier no quarto turno pode causar o mesmo efeito, e o Nykthos Ramp pode apenas colocar tanta pressão na mesa em um só turno ao ponto das ações do oponente serem irrelevantes, com a vantagem da sua base de mana não ser tão punida por Sunspine Lynx
E este nos leva ao terceiro ponto.

Sunspine Lynx é tão bom no Pioneer porque o formato não está acostumado com concessões na base de mana. Olhe para qualquer lista de duas cores e, se você encontrar quatro terrenos básicos, será muito.
A ausência de efeitos de Blood Moon faz jogadores quererem otimizar suas opções entre Duais, terrenos utilitários, manlands, Field of Ruin, entre outros. E se sua lista tiver mais de duas cores, podem não existir motivos suficientes para ter mais do que aquela cópia ocasional de terreno básico para combater Field of Ruin — Sunspine ataca este cerne do formato.
A resposta vem de duas opções: jogar com listas menos suscetíveis a esse hate, como Nykthos Ramp, Mono White Humans e Mono Black Demons, ou adaptar sua base de mana para incluir mais terrenos básicos em detrimento do excesso de eficiência de cores.
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A sua lista realmente precisa daquelas cópias de Sulfurous Springs? Aquela Takenuma, Abandoned Mire está fazendo o suficiente na sua lista além de ser um Pântano Glorificado? Aquela cópia de Stormcarved Coast fará muita diferença se for uma Montanha? Você precisa de quatro cópias de Mutavault para o que você está tentando fazer? Castle Locthwain é um card bom nas circunstâncias de um Metagame mais agressivo?

Todos os exemplos acima vêm de concessões. Outras delas incluem ampliar a viabilidade de Fabled Passage para outras listas que usam Slow Lands, por exemplo. Afinal, são alguns pequenos pontos de dano a menos que podem fazer uma diferença absurda entre a vitória e a derrota do plano de late-game do Mono Red Lynx, e por mais irrelevante e ofensivo que pareça moldar sua base de mana por um card, essa tem sido a natureza de outros formatos há anos por causa de Blood Moon.
O Mono Red Lynx pode ser banido?
Ainda é cedo para afirmar que o Mono Red Lynx vai dominar o Pioneer ao ponto de precisar de intervenção da Wizards. Ele é a nova moda do formato e, assim como ocorreu com as listas de Bounce, precisará provar seu valor no escopo maior conforme jogadores adaptam seus decks e encontram contra-arquétipos para jogar.
Existe, entretanto, um ponto que devemos observar com cuidado: a interação atual de Mono Red possui dois cards que vão de desencontro com ambas as propostas do Pioneer e a janela de resposta mais eficaz contra Red Aggro da história.

Screaming Nemesis tem uma habilidade que não vemos desde Stigma Lasher em Eventide: travar pelo resto da partida a possibilidade do oponente ganhar vida. Particularmente, considero esse tipo de design de jogo um erro grotesco para os padrões atuais — se você quer travar o ganho de vida para sempre, crie um Planeswalker que crie esse emblema e não uma criatura que estabelece um estado de jogo difícil de lembrar sem algum marcador permanente, e principalmente uma criatura que pune bloqueios com esse drawback.
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Ele é a espinha dorsal de por que é tão difícil contra-atacar os Red Aggro no Standard e Pioneer hoje, e enquanto não considero seu banimento necessário hoje em nenhum dos formatos, o seu design apresenta um risco muito alto para um formato não-rotativo.

A permanência de Sunspine Lynx dependerá de como a Wizards quer tratar a questão de base de mana no Pioneer. Tal qual Screaming Nemesis e várias outras criaturas no design atual do jogo, Lynx tem um efeito muito forte com um corpo muito eficiente por um custo baixo para os seus padrões. Um 5/4 por que causa quatro ou mais de dano no momento em que entra na mesa e ainda previne ganho de vida seria considerado um pouco demais em outros tempos.
No entanto, seu sucesso deve-se exclusivamente ao quão bem-posicionado ele está perante um formato que nunca enfrentou hates eficientes de terrenos não-básicos antes. Essa é a primeira vez que o Pioneer precisa, por um bom motivo, se preocupar em quantos terrenos utilitários devem entrar nas suas listas, ao invés de apenas trocar Pântanos e Montanhas por Sulfurous Springs em prol da consistência.
Lynx, e outros cards que podem sair com o mesmo efeito no decorrer dos anos, têm o papel essencial de vigiar e punir a base de mana gananciosa com a qual o Pioneer foi se acostumando na ausência de uma Blood Moon.
Talvez o problema seja a sopa de habilidades em conjunto com seu ETB, ou o fato dele ser uma criatura, ou até de não dar escolhas para o oponente. Talvez, o problema esteja em ele ser uma criatura: pense em cards como Burning Earth: o encantamento é válido no Pioneer desde o primeiro dia e nunca apareceu nos Sideboards ou no Maindeck de qualquer lista porque um encantamento de quatro manas que dá escolhas para o seu oponente não é onde os Red Aggro querem estar.
Não creio no banimento de Sunspine Lynx e nem de Screaming Nemesis hoje, mas há muito tempo (e duas expansões) até o próximo anúncio de Banidas e Restritas em 30 de junho. Até lá, o Pioneer pode se adaptar, criar novas propostas, estratégias, ou até consertar sua base de mana para não ser punido pelo mais próximo de uma Blood Moon que já tivemos no formato.
Caso não consiga e o Mono Red Lynx se torne o novo deck to beat — e ele apresenta bons sinais de que pode chegar nesse nível — é provável que alguma intervenção aconteça dado os resultados recentes e o foco maior da Wizards em intervir no Standard e Pioneer durante a próxima janela de banimentos.
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Até lá, repensem suas bases de mana, suas interações de início de jogo e em como prevenir Screaming Nemesis de dominar a partida.
Obrigado pela leitura!
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