Magic: the Gathering

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Desbanimentos: Analisando os novos unbans do Commander!!

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Nesta terça-feira, 22 de abril, tivemos um anúncio de mudança na lista de banidas do Commander, trazendo cinco cards novos cards para o formato e trazendo novidades à lista de Game Changers.

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rezensiert von Tabata Marques

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Inhaltsverzeichnis

  1. > Um panorama dos cards desbanidos em 22 de abril
    1. Gifts Ungiven
    2. Sway of the Stars
    3. Braids, Cabal Minion
    4. Coalition Victory
    5. Panoptic Mirror
  2. > Lista atualizada de Game Changers
  3. > Considerações Finais

O Commander não é um formato exatamente novo, assim como a ideia de banir cards dele. Desde 2002 temos registros de uma banlist para o EDH, embrião e nome original do formato, que restringia as Power 9 e alguns cards de difícil acesso pelos jogadores, uma vez que esta lista de proibições era baseada diretamente na do Vintage.

Unbans já são mais incomuns, mas não impossíveis. Já tivemos muitos cards que foram recebendo esse tratamento ao longo dos anos, como o ciclo original de Wishes, que continha Burning Wish e afins.

Assim, mostra-se uma surpresa quando temos uma nova atualização na banlist e essa não só tem como única mudança 5 desbanimentos, como também, todos eles são cards com diferentes níveis problemáticos.

No artigo de hoje iremos explorar um pouco mais sobre os desbanimentos recentes e discutir um pouco sobre os cards "novos".

Um panorama dos cards desbanidos em 22 de abril

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Os cards que receberam unban foram os seguintes: Gifts Ungiven, Sway of the Stars, Braids, Cabal Minion, Coalition Victory e Panoptic Mirror.

De cara, temos a informação de que eles foram movidos para a lista de Game Changers, cards tidos para uso em brackets superiores da escala criada recentemente pela Wizards. Além deles, mais alguns cards foram incluídos na lista de Game Changers, mas falaremos mais tarde.

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Todos os cards discutidos hoje foram banidos no período de tempo entre 2005 e 2009, e foram julgados como dignos de uma segunda chance pela Wizards dentro do ambiente de brackets, que busca trazer uma experiência mais controlada, homogênea e previsível para partidas de Commander.

Agora, vamos ver cada um individualmente.

Gifts Ungiven

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Como uma instant de quatro manas, Gifts Ungiven funciona como um tutor de quatro cards que permite montar linhas que desconsideram a escolha do oponente. Se você seleciona quatro cartas onde qualquer combinação de duas leva ao mesmo resultado, o "drawback" da carta é eliminado. Daí seu ban original, devido à sua consistência como enabler em instant speed. E nem vamos falar da recursão que ela pode trazer em um Tasigur, the Golden Fang da vida.

Na nota, a Wizards deixa claro que a carta exige um entendimento prévio do power level da mesa, daí o apoio do sistema de brackets, introduzindo o card como Game Changer, deixando a responsabilidade de "balanceamento" para os próprios jogadores, algo comum no Commander. Pois, se alguém está usando Gifts para montar loops de cemitério no turno 4 enquanto os outros jogadores estão em planos midrange, isso desequilibra o jogo.

Gifts Ungiven é um card que pode enriquecer partidas de Commander quando usada de forma "justa", permitindo sinergias com cards como Past in Flames e algumas estratégias de cemitério e de Reanimator, mas que depende fortemente do acordo social entre jogadores. A carta não foi projetada para ser neutra; ela tem viés competitivo por definição, e sua presença saudável no Commander depende mais do grupo do que das regras formais, assim, justificando seu unban para camadas mais competitivas do Commander.

Sway of the Stars

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Aqui temos um card que eu tinha esquecido completamente que existia. Sway of the Stars. O card foi comparado a Worldfire, outro card que foi desbanido do Commander e, de fato, funciona de forma bem parecida. Seu desbanimento foi bem similar e teve a justificativa de que, apesar do efeito drástico, sua resolução raramente leva a uma vitória garantida e exige setup específico para funcionar.

Sway compartilha essa limitação. Reiniciar todos os recursos e deixar todos com 7 de vida pode parecer dramático, mas muitas vezes não resulta em vantagem direta se o jogador não tiver uma posição logo após o reset.

No Commander atual, no azul, temos cartas como Expropriate e Omniscience, que geram impactos muito mais significativos por custos semelhantes. Sway of the Stars, por comparação, reinicia tudo e depende de reconstrução após sua resolução, é mais "dramático" do que "eficiente".

Assim, o card é desbanido muito mais pelo sucesso que foi a remoção de Worldfire da lista de banidas, na expectativa de dar para os jogadores uma opção nova.

Braids, Cabal Minion

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Uma vez que Braids, Cabal Minion é tanto apta para ser a comandante de seu deck, como também uma game changer, ela está num posto interessante, junto com comandantes como Yuriko, the Tiger’s Shadow e Urza, Lord High Artificer.

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No artigo da Wizards, é admitido que, quando não é comandante, Braids aparece no campo em momentos em que os oponentes já têm recursos, o que reduz o potencial de opressão, além de ser menos disponível devido à variância inerente do EDH. A pressão contínua do sacrifício é forte, mas não desequilibrada se todos já estão desenvolvidos ou se o deck não gira em torno de ela entrar no turno 2 com apoio, como Sol Ring, por exemplo. A ideia de "lock" com ela no início ainda existe, mas a Wizards argumenta que hoje o jogo é mais preparado contra isso.

Assim, muito do ban da carta gira em torno da preocupação em tê-la como comandante; entrar em jogo muito cedo e poder travar adversários que não têm respostas rápidas. O que levaria o jogo para uma situação hipotética chamada de “O purgatório do Commander”, na qual a partida é mantida por muitos turnos em uma condição que proíbe os jogadores de se movimentar e os restringe a poucas opções de jogada.

Uma das razões para esse desbanimento é o aumento da qualidade de removals baratos, algo que observamos com Fatal Push e Deadly Rollick que, segundo o comitê, pode desarmar completamente essa estratégia de starve que a comandante cria.

Mas, mais interessante ainda é a outra justificativa, na qual o comitê reconhece que os jogadores conseguem reconhecer melhor as match-ups que eles não gostam de enfrentar e levar isso para uma situação de regra zero, onde o grupo discute aspectos prévios do jogo, limitando jogadas ou expandindo-as. Seguindo essa ideia, a Wizards transfere parte da responsabilidade para os próprios jogadores. Se alguém anuncia Braids como comandante, espera-se que os demais entendam que se trata de um deck que busca controle via sacrifício e possivelmente stacks, e decidam se querem jogar essa partida ou não.

Coalition Victory

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Aqui a gente tem o card que considero como o unban mais complicado. Coalition Victory em um formato onde você pode buildar decks de cinco cores com facilidade e ter acesso a uma permanente de cinco cores sentada numa cadeirinha especial só esperando ser chamada é simplesmente um botão de encerrar a partida, e o comitê reconhece isso. Ainda mais em decks como Jodah, Archmage Eternal que podem diminuir o custo dela de Magic Symbol 3Magic Symbol WMagic Symbol UMagic Symbol BMagic Symbol RMagic Symbol G para Magic Symbol WMagic Symbol UMagic Symbol BMagic Symbol RMagic Symbol G.

O artigo reconhece que as vitórias automáticas sob uma condição tão simples como as de Coalition Victory tendem a ser anticlimáticas. Não envolvem um combo elaborado, uma jogada interativa ou uma condição construída durante o jogo. O feitiço é apenas um checklist que, uma vez completo, encerra a partida.

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O que torna esse unban mais polêmico é o fato de que todo o argumento do artigo se baseia em que “reunir as condições ainda exige construção de deck e timing” e que, tal qual com Braids, Cabal Minion, qualquer remoção ou counter antes da resolução do feitiço invalida a jogada, e, além disso, o feitiço em si é um card de valor bem elevado.

Uma vez que somos convidados a esse campo hipotético pelo próprio artigo, também me permito fazer a minha versão dele. Afinal, uma pessoa tramando ganhar com o comandante em conjunto com a Coalition Victory pode muito bem estar guardando um Fierce Guardianship ou Force of Will na mão. Além disso, Coalition Victory não expressa que um comandante de cinco cores tenha que estar em campo e sim qualquer permanente com este requisito. Assim, é bem possível dar proteção para um ou mais cards que cumpram essa condição.

Ironicamente, esse card muito provavelmente não será nenhum problema no grande esquema das coisas, nem trará uma situação de emergência em que todos os decks do formato serão pilhas good stuff de cinco cores otimizadas para resolver a mágica o mais rápido possível, mas ele é sem graça. Não um sem graça que te deixa bravo e faz você detestar ou amar o card, como uma Tergrid, God of Fright, mas só sem graça.

Panoptic Mirror

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Por fim, Panoptic Mirror. A Wizards reconhece o apelo casual do Panoptic Mirror, o de gerar valor recorrente a partir de uma mágica interessante, como Cultivate, Recurring Insight, ou Bribery, situações que a longo prazo podem ser chatas, mas sem uma opressão evidente. Isso serve bem para decks midrange ou mais lentos, onde a Mirror pode ser um gerador de recursos razoável, mas sem desbalancear o jogo de forma explícita.

O grande problema deste card vem de dois cenários: Uma mágica como Wrath of God que resete o campo com recorrência, fazendo o já mencionado purgatório do Commander, ou uma mágica de turno extra, como Time Warp, que faria um ciclo infinito de turnos extras com Panoptic Mirror a copiando todo turno.

O artigo reconhece o quão uma situação dessas é preocupante, mas também argumenta que é um resultado que exige setup, timing e é vulnerável a múltiplas formas de interação - a mesma desculpa de Coalition Victory. Se essa declaração se mostrar verdadeira, significa que temos hoje um formato mais maduro, onde a presença de cartas poderosas é aceita, uma vez que os jogadores estejam preparados para lidar com elas.

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Lista atualizada de Game Changers

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A imagem acima é a lista atualizada de Game Changers, contendo novas cartas além das cinco desbanidas em laranja. A maioria das cartas é entendível, mas minha pulga atrás da orelha fica por conta de Crop Rotation que é um forte enabler para diversas mecânicas do jogo, mas não está em um power level a par de outras cartas novas e antigas desta lista.

Considerações Finais

Após anos na lista de banidos, os jogadores que sempre quiseram usar Braids, Cabal Minion como comandante finalmente têm essa oportunidade de forma legal, sem depender de Regra Número 0 ou torneios de Commander com situações especiais.

Espero que um dia Lutri, the Spellchaser também seja desbanida, mantendo apenas a sua função de companion como proibida.

Até o próximo artigo!