Existem decks que simplesmente caem nas graças dos jogadores, seja por suas interações bonitas ou simplesmente criaturas gostosas de se conjurar. Esse é totalmente o caso do baralho que vamos falar hoje, o Humans! Um deck baseado em criaturas, mas que consegue ser totalmente interativo sem deixar de aumentar seu clock.
É verdade que os Humans atualmente não é o deck que sempre aparece em Challenges e em ligas do Magic Online (MTGO), mas é verdade também que Modern Horizons 2 trouxe uma quantidade interessante de possibilidades para o mesmo, e hoje vamos discutir um pouco sobre as vertentes que as pessoas estão usando e como elas funcionam com suas próprias sinergias.
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Lista "Convencional"
Aqui temos a lista que o jogador kaseydevine utilizou para fazer 5-0 em uma liga Modern no Magic Online (29/10). Olhando a mesma, ela é bem voltada ao que o Humans sempre quis fazer, um misto entre bons beaters e criaturas úteis.

Um dos pilares importantes do baralho é essa função de naturalmente atrapalhar o jogo do oponente (eu pessoalmente chamo de Pacote Death and Taxes, porque a maneira de dificultar o avanço do inimigo é bem semelhante ao famoso deck Legacy). Thalia, Guardian of Thraben é a campeã nisso, punindo totalmente jogadores que não utilizam muitas criaturas, o que com certeza não é nosso caso, já que possuímos apenas 4 cartas que não são criaturas ou terrenos.
Temos também a dupla de cartas que funcionam muito bem separadas, mas são potencialmente devastadoras em conjunto. Meddling Mage é uma carta que cresce seu potencial em paralelo ao seu conhecimento sobre o baralho oponente, é especialmente importante contra combos, mas num geral é uma carta que garante que você não vai ver uma determinada mágica tão cedo.
Kitesail Freebooter é nossa opção de descarte aqui, perfeito para se livrar de remoções, além de geralmente também ser ótimo contra combos (quando eles não envolvem criaturas), mas que também nos dá uma coisa muito importante: informação. Ter informações é algo benéfico em qualquer situação, mas quando possuímos uma carta que simplesmente impede que o oponente conjure mágicas específicas, acaba sendo crucial.
Já o Reflector Mage é nossa interação de campo, fazendo uma Tempo-Play que por si só já atrapalha totalmente o ritmo do oponente (levando em conta um metagame que usa muito Murktide Regent, as vezes atrapalha bastante), mas que também pode lockar essa mesma carta para sempre, com ajuda do nosso outro mago já citado.

Mas só atrapalhar o oponente não ganha o jogo (na maioria das vezes), e para que efetivamente possamos vencer com um deck de criaturas, nós temos a nossa core agressiva, com diversos beaters e outras funções para aumentar nosso clock.
Mantis Rider é um dos principais para esse trabalho, sendo uma das criaturas mais eficientes em combate de todo o Magic, é extremamente difícil conseguir trocar com ele até mesmo quando está "apenas" 3/3, logo, após receber buffs e sinergias de seus companheiros humanos, ele fica quase imparável.
Champion of the Parish é o drop 1 feito exclusivamente para o combate, com uma habilidade simples, mas que faz com que ele fique cada vez mais difícil de ser bloqueado e se torne uma ameaça cada vez maior, forçando o oponente a gastar suas remoções nele, o que muitas vezes livra nossas outras peças de jogo.
Bem parecido com o campeão, temos Thalia's Lieutenant, que por uma mana a mais tem todas as vantagens da carta que citei no parágrafo anterior, e de quebra, cresce toda a sua board ao entrar, tendo praticamente o mesmo papel de um "lord", com a diferença positiva de que nesse caso o bônus das criaturas fica mesmo após a remoção do Tenente. É graças a essa carta que todas as nossas outras criaturas de suporte conseguem mais poder ofensivo.
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Por fim, temos a mais nova adição do baralho. Diretamente de Innistrad, Adeline, Resplendent Cathar é a criatura com maior potencial ofensivo do baralho, uma criatura bem problemática em trocas, além de gerar mais corpos a cada turno em que entra em combate, realmente é uma criatura perfeita para a batalha e foi uma adição extremamente benéfica para o deck.

Além de toda essa interação e poder de fogo, o baralho hoje tem uma consistência grande dado a duas cartas, o confiável Phantasmal Image, que vai repetir o efeito que você possui em campo, seja para interagir ou obter mais poder ofensivo, além disso temos o novo (no Modern) Imperial Recruiter, que consegue buscar quase qualquer criatura do deck para sua mão, de forma que você sempre tenha o que precisa na hora que precisa.
Com todas essas cartas (inclusive algumas novas) o Humans nos mostra um equilíbrio interessante entre criaturas ofensivas e interativas, sempre esperando um meta mais cadenciado para voltar a brilhar.
Lista com raios e Macacos!
Bom, a ideia inicial do Humans foi explicada, mas é importante sabermos que muitas vezes existirão vertentes de um arquétipo abordando outras visões, que podem sim alcançar bons resultados. Pensando nisso, trouxe também a lista que o jogador Lifore usou para alcançar o 12º lugar no Challenge Modern do dia 24/10, pois a lista traz cartas um tanto inusitadas.
Logo a primeira vista, algumas mudanças são visíveis. Para começar, o baralho mudou o número de cores em seu arsenal, e por consequência de utilizar uma quantidade maior de cartas não criaturas, a base de mana acabou se tornando mais convencional, com shocklands e fetchlands, assim, um deck de 5 cores aparentemente seria uma tarefa mais dolorosa.
Como antes dito, essa versão tem um foco um pouco mais abrangente, com criaturas não humanas, mágicas instantâneas e até planeswalkers! Com tantas diferenças, acho justo que olhassemos essas cartas mais de perto, analisando a função que cada uma tem no deck.

Começando com o mais simples, Esper Sentinel é uma das cartas que mais tem a ver com a ideia do deck, entrando naquele grupo de criaturas interativas, o sentinela é uma versão mais amena da Thalia, mas que além de custar menos, traz card advantage para o deck, coisa que o Humans geralmente não tem. Sua habilidade fica mais forte conforme ele ganha poder, o que graças a Thalia's Lieutenant não é uma tarefa tão difícil.
Ok, temos que falar sobre o macaco.
É bem seguro dizer que Ragavan, Nimble Pilferer é uma das criaturas mais fortes já lançadas e, mesmo sem nenhuma sinergia com a tribo, a simples vantagem que uma conexão do Macaco causa é grande o suficiente para valer seu espaço aqui. Penso na inclusão dele nesse deck, como o uso da Blood Moon no Enchantress Modern, no sentido de que mesmo a carta não tendo tanta interação com o resto do deck, as vitórias "gratuitas" que uma Lua Sangrenta encaixada no início do jogo causa são muito benéficas.
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Falando em cartas fortes por si só, Teferi, Time Raveler também não possui tanta sinergia com o resto do baralho, mas compensa com sua habilidade estática que destrói algumas estratégias bem presentes no Modern (sim, ele para cascata). Além disso, a sua habilidade negativa pode ser usada tanto para atrasar o oponente, quanto para reutilizar efeitos de entrada de campo, o que é bem presente nas nossas criaturas.
Adicionando efetivamente o vermelho na base de mana, o Lightning Bolt quase vem automaticamente junto. É uma ótima remoção, principalmente quando levamos em consideração de que a outra disrupção de mesa que o deck possui custa 3 manas, o raio é ótimo para lidar com criaturas complicadas que vem logo no início do jogo.
Em conclusão, podemos afirmar que essa variante procura combinar sinergia e força individual, o que não é uma atitude ruim, além de estar dando resultados. Pessoalmente, eu acredito que existem baralhos que conseguem extrair o melhor de determinadas cartas, mas muitas vezes ela cumpre o papel mesmo não estando em seu melhor uso, e no fim, o que realmente importa é cumprir o papel.
Menção Honrosa

Shardless Agent foi uma carta que chegou ao Modern em Modern Horizons 2 e teve sua participação em outra vertente do deck , praticamente no lugar do Imperial Recruiter.
Ser sempre uma 2 para 1 era interessante para o card advantage do deck, mas com o tempo perceberam que para um deck cadenciado como o Humans, obter respostas específicas de maneira rápida é mais importante do que gerar dois corpos com uma carta, e hoje é bem difícil encontrar alguém com essa configuração.
Conclusão
Vimos hoje que um deck pode mudar bastante dependendo do contexto, listas são sempre configuráveis e essas configurações podem deixar o deck com ritmo e propósitos completamente novos, analisar qual variante de um baralho é a melhor para você em determinado contexto é um passo importante para um jogador.
Com isso eu me despeço, até a próxima!
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